Já degustaram A Hospedeira, da Stephenie Meyer? Calma, fãs agonizantes! Deixem-me concluir o pensamento… Eu li Bios de uma forma muito semelhante a que eu li A Hospedeira, sob alguns aspectos.
Comecei com toda a alegria do mundo, tinha acabado de devorar Sete Selos, e estava cheia de amor pra dar (Li The Host quando esperava avidamente Breaking Dawn anos atrás). Logo percebi que o começo não estava me cativando, e enrolei uma semana nas primeiras 40 páginas (Tudo bem, no The Host enrolei nas primeiras 150)! Mas eu me recuso a abandonar um livro. RECUSO!
Thanks God i’m brazilian!
Eu gosto de deixar o melhor pro final então, se vocês me permitem, vou primeiro dizer o que me deixou muito puta: A revisão do livro.
Ou a falta dela.
Palavras trocadas, erradas ou simplesmente deletadas permeiam os capítulos. A repetição de expressões e pronomes cansa demais, é quase como se a autora estivesse ansiosa demais para mandar o manuscrito para a avaliação (totalmente compreensível) e apenas passado o olho pelo seu trabalho. Peguei um parágrafo de 3 linhas com 4 ‘ela’!!! E antes que me perguntem, não era por estilo.
Well, agora que eu te joguei um balde de água fria, vou trazer toalhas e um chocolate-quente.
O começo do livro nos traz 4 datas:
4 de Fevereiro de 2018, o Instituto cria vida artificial;
6 de Outubro de 2021, o Instituto expande seu poder e influência com a vacina contra AIDS;
2 de Março de 2022, o número de Bios (humanos artificiais) cresce e o Instituto anuncia a criação de um exército;
13 de Setembro de 2022, o exército Bio ‘remaneja’ os humanos para fora das grandes cidades.
Quando a Liz (estava escrito Liz na sua mochila) é resgatada pelos adolescentes (Liam e Poppy) eles vão para um assentamento muito precário, onde os humanos se escondem da violência dos Bios. Ali conhecemos vários personagens importantes: o maluco/sagaz Otto, o engraçadinho Evan, os gêmeos Adam e James, a amarga vaca Claudia, o troglodita Hammer e descobrimos que Liam é uma espécie de líder para as pessoas da Área 2. A Poppy, sua irmã caçula, é uma coisa fofa. Ela tem 13 anos, mas oscila entre comportamentos infantis e maduros constantemente, resultado de uma vida traumatizante fugindo do Instituto.
Liz tem vários flashes de memórias e dores de cabeça intensas, mas só se lembra de tudo depois de uma boa luta na Arena, o centro de treinamento e diversão da Área 2, contra Liam, Hammer e Claudia. Ela sai vitoriosa e eufórica mas, antes mesmo de começar a tomar banho, tudo emerge de sua mente. Liz é uma Bio.
Não uma qualquer, ela é a Capitã Elizabeth Rivers, a Sombra, elite dos Lobos de Prata, criada pelo General Thomas Rivers, o 2º homem mais poderoso e cruel do Instituto. Um soldado projetado, calculista, perfeito e assassino. Autora de massacres inimagináveis, completamente enojada do sangue que tinha nas mãos. Uma Bio capaz de ter compaixão.
Certo, nesse momento eu me perguntei, e agora? Tipo, logo de cara nós já temos a identidade de Liz revelada? Assim, assim mesmo??

Reação
Não.
Liz tem que descobrir por que as pessoas do Instituto fizeram de tudo para que ela se esquecesse de uma conversa confusa, porém suspeita, que entreouvira. Por que era tão importante que ninguém soubesse de certos testes sendo feitos por lá? Por que, ao invés de só lhe apagar a memória, não a mataram de uma vez? Por que ela sentia tantas emoções estranhas aos outros Bios? Quem era Elizabeth Rivers de fato?
As cenas de ação são INCRÍVEIS, eu conseguia vê-las claramente e a Liz é muito Phoda, mesmo. Adorei o jeito natural como ela lidava com as situações de risco, dava pra ver que ela tinha sido treinada para aquilo desde os 5 anos de idade. Peguei-me, não uma só vez, exclamando ‘Isso!!’ quando ela acabava com alguém!
Quanto ao Liam… bem… bem. Moreno, de olhos escuros gostoso, ele pensa muito nas pessoas a sua volta e principalmente na sua irmãzinha, o Liam sabe mesmo a responsabilidade que carrega e fará de tudo para manter as pessoas da Área 2 o mais seguras possível. Ele é um ótimo lutador e um líder nato, mas teve horas que eu queria pegar ele pelo pescoço, chacoalhar e gritar ‘SEU TROUXA!! Para de agir assim, a Liz é mais fodástica que você!! Lide com isso!!!’
Sério, dava muita raiva quando ele tinha ataques super-protetores/machões com a Liz, por ela se colocar em perigo. Romântico e frustrante ao mesmo tempo.
A história foi escrita com paixão, você se sente nela, como num filme. Você se interessa e quer desvendar os mistérios antes mesmos dos personagens. Os diálogos são perfeitos, naturais, no ponto certo, coisa difícil de alcançar num livro sem deixar uma coisa sintética e colocada. Acredito que por isso tenha me lembrado tanto A Hospedeira. A Srta Salazar está de parabéns por fazer algo tão bom assim.

Balanço final: leiam.
xo