Chantilly – Mare Soares

Tenho desejos sempre que olho pra essa capa =P

  •  Autor: Mare Soares
  •    Editora: N/T
  •    Nº de Páginas: 147
  •    Edição: 1
  •    Ano: 2010
  •    Título Original: Nacional
  •    Tradutor:  Nacional
  •    Avaliação: 3,0

Um diário foi escrito. Catherine Aragon, numa atitude desesperada, escreve suas recordações em busca de socorro. Somente dez anos depois suas palavras foram ouvidas por um renomado cientista. Ethan Stuart, um homem com pouco carisma, toma as rédeas da situação para tentar ajudá-la. Ele contará com a ajuda de personagens suspeitos: o exótico Leon Saiter, um alcoólatra sem muita perspectiva, que arriscará a própria vida para obter êxito na resolução do caso, e a interessante Anabelle, que vive um dilema dentro de si onde questionará suas verdades e seus valores. A tríade investigadora conclui a soma dos catetos, tornando Chantilly um dos desafios mais intrigantes do seu viver. Mergulhe nesta aventura, em um ambiente noir, repleta de mistérios a serem desvendados numa cidade onde as pessoas perderam as lembranças.

P.S. de antes: Antes de qualquer, a revisão do livro ficou mara, melhor do que a revisão de muita editora famosa por ai…

Bem, quando a Mare me pediu para fazer essa resenha, deixou claro que gostaria que ela fosse o mais sincera possível. Não seria justo com ela, com vocês ou comigo se não me esforçasse para isso.

Tive grandes expectativas em relação à essa obra, mas, infelizmente, quase nenhuma delas escapou de ser frustrada.

A sinopse de Chantilly promete nos levar através de um emocionante mistério, através França, junto dos três ‘investigadores’. A parte mais promissora do livro é justamente essa. Não me levem a mal! A história começa com uma boa troca de cartas entre Catherine e Ethan, ele doido para conhece-la pessoalmente e entrevista-la a respeito do problema de memória, mas ela se recusa. Daí Ethan conhece Leon, outro cara de Chantilly (a cidade), que diz, dez anos depois, estar perdendo suas memórias. (Não, Leon não é velho, pensem nele como Johnny Depp). Ethan despreza Leon, porém o mantém por perto, para investigar.

Então você pensa, humm, interessante, o que eles vão descobrir agora? A resposta: nada. O livro todo repete o quanto Ethan foi atrás de informações, o quanto Ethan pesquisou, o quanto Ethan rodou… é tudo tão vago e impessoal que me desanimou. O mesmo aconteceu com os personagens e suas relações, nenhum deles recebeu um aprofundamento digno! Não adianta o narrador dizer ‘essa é Anabelle, ela é uma mulher misteriosa, ela é exótica’ e não me dizer o por quê! Exótico pra mim é lêmure! Ethan e Leon também não ajudam, o primeiro acaba sendo uma nulidade e o segundo, mesmo ‘usando’ mais páginas, é totalmente confuso, o que não te leva para trás. Mas com certeza não caminha para frente. Não há espaço para uma possível identificação com os personagens, e isso é fundamental para a construção de uma empatia pela estória. O cenário é tremendamente ignorado, em nenhum momento ( que não dissesse especificadamente ‘fulano está em tal lugar’) me lembrei de que eles estavam na França, simplesmente não conseguia visualizar nada!

Os diálogos, para combinar com a falta de informação, foram forçados a estar ali. Esqueça qualquer discussão inteligente, cômica, acalorada ou suspirante, o que seja!  Não estão lá.

Well, o livro não me cativou, e não foi porque o li em uma má hora ou sem vontade (muito pelo contrário !), mas a falta de sentimento, de profundidade, me fez passar pela leitura inabalada. Não estou dizendo que para um livro ser bom tem que te fazer chorar aos cântaros, rir histericamente, chamar pela mamãe de medo ou infligir qualquer emoção exagerada, porém o mínimo de comoção é básico. Foi como se eu estivesse lendo o esqueleto da obra, ainda sem carne, sangue e nervos. A melhor analogia possível é o clássico: sem sal, nem açúcar. O que era pra ser noir, não foi nem grise e, com a previsibilidade piorando conforme fui chegando ao fim, só fiquei ainda mais desmotivada…

Nas últimas páginas, Mare compartilha conosco algumas curiosidades sobre a criação de Chantilly. Foi lendo aquilo que me dei conta do motivo de tanta apatia. Originalmente a Mare queria um roteiro de filme, mas então decidiu fazer um livro! Daí pensei com os meus botões, humm, e se fosse um filme? Acho que ficaria bem bacana até… Logo, se Chantilly fosse um longa metragem, todas as imagens que não pude formular em minha mente estariam ali, provavelmente eu até torceria por um personagem ou outro, me envolveria de fato com a trama.

Balanço final: uma pena. A autora teve uma sacada genial, porém não soube aproveitá-la da melhor forma. Apenas me resta torcer para que Copenhague, continuação de Chantilly, tenha tudo o que me fez tanta falta em seu predecessor.

Xo, boa quinta for everyone!

P.S. de depois(pleonasmo-mo): Gente, eu gostaria de deixar muito claro que não tive a intenção de ser cruel, rude ou implicante com o livro nessa resenha e, principalmente, que não tenho absolutamente NADA contra Mare Soares! Pelo contrário, a admiro por dar a cara a tapa e batalhar para ser escritora nesse país que pouco estimula a literatura.

16 comentários sobre “Chantilly – Mare Soares

  1. Ana disse:

    Andhromeda, nos sabemos q vc n quis ser cruel nem nada, e accredito q n foi! mas nem tudo são flores né? obrigada por SER sincera conosco! e mais inspirações boas para a autora

    bj

  2. Jackie disse:

    Eu tinha vista varias resenhas positivas sobre esse livro no Skoob, mas elas soaram meio plasticas, como se estivessem tentando puxar o saco da autora…

    “Andhromeda, nos sabemos q vc n quis ser cruel nem nada, e accredito q n foi! mas nem tudo são flores né? obrigada por SER sincera conosco! e mais inspirações boas para a autora” +2

    bjinhus (rachando a cuca com o desafio u.u)

  3. RodrigoBorgia disse:

    É sempre uma pena quando os novos autores botam os bois a frente do carro… pelo que eu entendi, se ela tivesse tomado mais tempo para se aperfeiçoar o resultado seria muito diferente

    É por isso que sempre volto para ver seus trabalhos, não corro o risco de ver uma coisa falsa só porque é de uma determinada editora ou de autor nacional, parabéns

    • Juh disse:

      eh a pressa pra ter sucesso, esses novos autores ficam vendo o quanto os outros autores internacionais (americanos) faturam e ficam famosos e esquecem q n eh por nada que eles ficam assim

  4. Erika Barreto disse:

    Ahh é… acho que bem… dps que vi a nota pensei… hum não vou ler… daí acabou que li toda a resenha =]

    E sei lá to meio sem assunto hoje :~ (normal)
    Então é isso aí… espero que a autora tenha mais sucesso na próxima =] e zaz

  5. bomhumorliterario disse:

    Pelo que vi falarem desse livro não arrisco nem a pau, sem falar q vi um trechinho e acho os quotes horrorosos, tipo:

    “Vc bebe pra esquecer” Não, bebo pra lembrar” WTF? Como beber pra lembrar o quê, meu filho? já ouvi sobre vários efeitos do álcool, ressuscitar memórias é uma delas kkkkk

    Enfim, passo, uma pena é ver resenhas tão mal-feitas puxando o saco apenas, com argumentos superficiais que nem enche um pires!

    Bjs.

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